Que eu não me especialize em desculpas que me desviem dos meus prazeres.
Que eu consiga derreter as grades de cera que me afastam da minha vontade. Que a cada manhã, ao acordar, eu desperte um pouco mais para o que verdadeiramente me interessa.
Não quero olhar para trás, lá na frente, e descobrir
quilômetros de terreno baldio que eu não soube cultivar. Calhamaços de páginas
em branco à espera de uma história que se parecesse comigo. Não quero perceber
que, embora desejasse grande, amei pequeno. Que deixei escapulir as
oportunidades capazes de bordar mais alegrias na minha vida. Que me atolei na
areia movediça do tédio. Que a quantidade de energia desperdiçada com tantas
tolices poderia ter sido útil para levar luz a algumas sombras, a começar pelas
minhas.
Que eu suba as minhas asas, ainda que com medo. Que, ainda que com medo, eu
avance. Que eu não me encabule jamais por sentir ternura. Que eu me enamore com
a pureza das almas que vivem cada encontro com os tons mais contentes da sua
caixa de lápis de cor. Que o Deus que brinca em mim convide para brincar o Deus
que mora nas pessoas. Que eu tenha delicadeza para acolher aqueles que entrarem
na roda e sabedoria para abençoar aqueles que dela se retirarem.
Que, durante a viagem, eu possa saborear paisagens já contempladas com olhos
admirados de quem se encanta pela primeira vez. Que, diante de cada beleza, o
meu olhar inaugure detalhes, ângulos, leituras, que passaram despercebidos no
olhar anterior. Que eu me conceda a bênção de ter olhos que não se fechem ao
espetáculo precioso da natureza, há milênios em cartaz, com ou sem plateia.
Quero aprender a ser cada vez mais maleável comigo e com os outros. Desapertar
a rigidez. Rir mais vezes a partir do coração.
Quero ter cuidado para não soltar a minha mão da mão da generosidade, durante o
percurso. E, quando soltá-la, pelas distrações causadas pelo egoísmo, quero ter
a atenção para sincronizar o meu passo com o dela de novo. Quero ser respeitosa
com as limitações alheias e me recordar mais vezes o quanto é trabalhoso
amadurecer. Quero aprender a converter toda a energia disponível às mudanças
que me são necessárias, em vez de empregá-la no julgamento das outras pessoas.
Que as dificuldades que eu experimentar ao longo da jornada não me roubem a
capacidade de encanto. A coragem para me aproximar, um pouquinho mais a cada
dia, da realização de cada sonho que me move. A ideia de que a minha vida possa
somar no mundo, de alguma forma. A intenção de não morrer como uma planta que
engasgou e não disse a sua flor. "
Autoria:Ana Jácomo
Imagens: Google
Imagens: Google
Que Assim Seja!
Lindos desejos!!! Ótima semana,beijos,chica
ResponderExcluirBom Dia, Chica!!! Ótima Semana!!! Beijosss...
ExcluirQue assim seja! (:
ResponderExcluirBom diaa!
Que assim seja!
ResponderExcluirBom diaa! (:
Bom dia Roberta!
ResponderExcluirMuito lindo e verdadeiro...
Gosto imensamente da escrita da Ana Jácomo... " Não quero viver como uma planta que engasga e não diz a sua flor."
Bejuh de Luz de Linda Semana!
Que estes desejos possam com perseverança serem realizados.
ResponderExcluirPaz e luz.
"a capacidade do encanto"... me fascinei por essas palavras, elas disseram tudo.
ResponderExcluirRoberta minha querida, qto tempo nao passo por aqui! Saudades desse seu espaço; lindo texto. Bons ventos minha querida! bjs
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