"...Fechar de quando em quando as portas e janelas da consciência, permanecer insensível às ruidosas lutas do mundo subterrâneo dos nossos orgãos; fazer silêncio e tábua rasa da nossa consciência, a fim de que aí haja lugar para as funções mais nobres para governar, para rever, para pressentir (porque o nosso organismo é uma verdadeira oligarquia): eis aqui, repito, o ofício desta faculdade ativa, desta vigilante guarda encarregada de manter a ordem física, a tranquilidade, a etiqueta. Donde se coligue que nenhuma felicidade, nenhuma serenidade, nenhuma esperança, nenhum gozo presente poderiam existir sem a faculdade do esquecimento..."
Fonte: Friedrich Nietzsche, in "A Genealogia da Moral"
Friedrich Wilhelm Nietzsche (Röcken, 15 de Outubro de 1844 — Weimar, 25 de Agosto de 1900) foi um filólogo e influente filósofo alemão do século XIX.
Em 1879 seu estado de saúde obriga-o a deixar o posto de professor. Sua voz, inaudível, afasta os alunos. Começa então uma vida errante em busca de um clima favorável tanto para sua saúde como para seu pensamento (Veneza, Gênova, Turim, Nice, Sils-Maria…): "Não somos como aqueles que chegam a formar pensamentos senão no meio dos livros - o nosso hábito é pensar ao ar livre, andando, saltando, escalando, dançando (… )." Em 1882 ele encontra Paul Rée e Lou Andreas-Salomé, a quem pede em casamento. Ela recusa, após ter-lhe feito esperar sentimentos recíprocos. No mesmo ano, começa a escrever o Assim Falou Zaratustra, quando de uma estada em Nice. Nietzsche não cessa de escrever com um ritmo crescente. Este período termina brutalmente em 3 de Janeiro de 1889 com uma "crise de loucura" que, durando até a sua morte, coloca-o sob a tutela da sua mãe e sua irmã. No início desta loucura, Nietzsche encarna alternativamente as figuras míticas de Dionísio e Cristo, expressa em bizarras cartas, afundando depois em um silêncio quase completo até a sua morte. Uma lenda dizia que contraiu sífilis. Estudos recentes se inclinam antes para um cancro no cérebro, que eventualmente pode ter origem sifilítica. Após sua morte, sua irmã, Elisabeth Förster-Nietzsche e Peter Gast, dileto amigo do filósofo, segundo um plano de Nietzsche, datado de 17 de março de 1887, efetuaram uma coletânea de fragmentos póstumos para compor a obra conhecida como Vontade de Poder. Essa obra foi, amiúde, acusada de ser uma deturpação nazista; tal afirmação mostrou-se inverídica, frente as comparações com a edição crítica alemã, como denotaram os tradutores da nova tradução para o português, e especialmente o filósofo Gilvan Fogel, que afirmou que é preciso que se enfatize: os textos são autênticos. Todos são da cunhagem, da lavra de Nietzsche. Não foram, como já se disse e se insinuou, distorcidos ou adulterados pelos organizadores.
Durante toda a vida sempre tentou explicar o insucesso de sua literatura, chegando a conclusão de que nascera póstumo, para os leitores do porvir. O sucesso de Nietzsche, entretanto, sobreveio quando um professor dinamarquês leu a sua obra Assim Falou Zaratustra e, por conseguinte, tratou de difundi-la, em 1888.
Muitos estudiosos da época tentaram localizar os momentos que Nietzsche escrevia sob crises nervosas ou sob efeito de drogas (Nietzsche estudou biologia e tentava descobrir sua própria maneira de minimizar os efeitos da sua doença).
Fonte:Wikipédia.
Bem profundo e verdadeiro...Lindo!beijos,tudo de bom,chica
ResponderExcluirOi Roberta querida, as vezes temos que esquecer, deixar para tras, coisas que nos fizeram mal no passado, para vivermos bem o presente...
ResponderExcluirBjs amadinha e uma tarde de luz pra voce.
Por atrás do esquecimento e vazio existe o barulho.Algo vivo.
ResponderExcluirQue texto profundo como um abismo...
meu beijo Roberta
Um texto bem interessante para reflectir!
ResponderExcluirUm dia feliz Roberta
Por aqui... chove!
Beijos
Oi amiga, subscrevo o comentário da Alice.
ResponderExcluirBeijinho
Olá Estrelinhas...
ResponderExcluirRealmente o filosofo Friederich Nietzche é confuso e polêmico!
Mas a necessidade do esquecimento para poder ser vivido as alegrias presentes é algo real e verdadeiro e acima de tudo saudável!!
Beijinhos Iluminados!!
Paz e Luz!!
Nietzsche escreveu coisas brilhantes e inacessíveis para o povo de sua época (até hoje). Era deslumbrante o que ele escrevia. E por se sentir não entendido, incompreendido, ele desistiu da humanidade. Foi quando ele resolveu ir "falar com Zaratustra". Acho a melhor obra dele, embora muitos digam que é incompreensível ou difícil. Para as pessoas mais espiritualistas, acredito eu, é muito mais fácil a compreensão. Quando li, parecia que conversava com ele. Gosto demais de ler Nietzsche. É fabuloso. Os gênios geralmente tem problemas e morrem muito mal pq o seu corpo material não comporta a intensidade de sua capacidade mental e isso acarreta disfunções físicas de toda ordem, mas ao passar para outra dimensão, ele volta a ficar bem e normal. Eu procurei muito saber sobre isso pq não aceitava tantos gênios morrerem de formas tão trágicas. Até que encontrei a resposta.
ResponderExcluirDesculpe a carta, Ro! eu amo Filosofia!
beijos
Liz